58- Os Exus na Expansão da Lei de Umbanda

 

BREVES APONTAMENTOS DO PAPEL DA PARALELA PASSIVA NA EXPANSÃO DA LEI DE UMBANDA

Rio de janeiro, 20 de fevereiro de 2020

 

Com relação a justificativa do chamado “conceito emissivo-remissivo” para se fundamentar a ligação do nome dos sete Orixás ao contrário aos Exus, este talvez encontre um contraponto fundamental na própria forma como se estrutura a hierarquia da Corrente Astral de Umbanda.

 

Eis os sete Orixás com seus respectivos nomes ao contrário atribuídos aos Exus:

 

ORIXALÁ > ALAXIRO

YEMANJÁ> AJNAMMEY

YORY> YROY

YORIMÁ> AMIROY

OXOSSI> ISSOXO

XANGÔ> OGNAX

OGUM> MUGO 

Não se trata simplesmente de se conceber os nomes dos Orixás ao contrário como se na remissão dos seus sete termos tivessemos, simbólicamente ou não, a sombra ou um modos operandi dos Sete Orixás em atuação reversa, talvez, fruto do entendimento que a atuação dos Exus se faça de forma preponderante no astral inferior.

Na escola da Raiz de Guiné conforme preconizado por W. W. da Matta e Silva entendemos que os Exus que compõem a dita Coroa da Encruzilhada, levam a Luz e a Lei da Coroa Divina para todos planos e subplanos do astral inferior.

São os Exus, portanto focos de Luz e não de sombra quando atuam nesses submundos, encerrados na penumbra da forma, fruto da atuação de consciências obscurecidas, sobremaneira distanciadas e decaídas das Leis que regulam a própria vida, necessitando assim de veículos de representação da Lei, com ordens e direitos de trabalho, pertinentes à esses planos inferiores, para que possam atuar de modo a frenar, regular e controlar os entrechoques cármicos que se processam em consequência.  Eis a Paralela Passiva em ação através dos Exus nos sete planos opostos da Lei.

Na Raiz de Guiné entende-se através da iniciação e da literatura de Matta e Silva, o que também é comprovado no próprio Arqueômetro e na Lei de Pemba, que a atuação dos Exus, de sua hierarquia, enquanto agentes mágicos executores do carma, enquanto serventias dos Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças, tendo eles os Exus os seus carmas e seus graus evolutivos ainda circunscritos a fase de elementares (relativos aos ciclos mais básicos de evolução), está circunscrita e atua dentro do PLANO DE EXPANSÃO DA LEI, DA UNIDADE, como um braço de regulação dessa UNIDADE no astral inferior, com suas correspondências no plano físico.

Por isso, sua razão de ser, dos Exus enquanto agentes mágicos de execução do carma na Umbanda não é remissiva ou de contração e sim emissiva-expansiva dentro de um movimento Espiritual UNO, ou seja: A PRÓPRIA UNIDADE EM EXPANSÃO POR VIA DA LEI DE UMBANDA COM SUAS PARALELAS ATIVA (CABOCLO, PRETO-VELHO E CRIANÇA) E PASSIVA (EXUS).

Todavia, o movimento espiritual na Lei de Umbanda essencialmente falando é um só, o que muda é a forma como os diversos planos superiores e inferiores recebem sua atuação (Lei das afinidades e correspondências, a forma de comunicar a expansão e regulação espiritual de acordo com o plano de consciência).

Ou seja, as atuações de Exu, de suas hierarquias, levam a Luz, a Lei da Coroa Divina para todos os planos do astral inferior. É o mesmo que dizer que se trata da Divindade ou da Unidade em expansão, por via de seus veículos afins, os Exus, nos planos inferiores do astral, sendo, portanto os Exus: os veículos de transmissão para que a lei Una opere em conformidade com os estados de consciências decaídas que são aqueles que verdadeiramente configuram o campo vibratório desses submundos.

Observamos que o dito “emissivo-remissivo” pode ser observado em fenômenos fundamentais da vida, tais como: inspiração-expiração, nascimento-morte, no ciclo das marés, nas estações no ano, no dia e noite e por aí vai....

Para nós umbandistas talvez haja o consenso de que se trate essencialmente de uma regulação divina, unitária, indivisível: a Unidade em expansão...vide a teoria do Big-Bang...

Então, temos nos ciclos e ritmos de expansão e contração um grande processo de “respiração Una” que inaugura e fecha constantemente macrociclos e seus microciclos correspondentes, nos diversos planos de existência, cuja a literatura esotérica e ocultista fala a favor de serem expressões de uma única Lei agindo em toda a existência.

 

Pois bem, na Raiz de Guiné:

Fala-se de expansão da Unidade (o AUM na natureza ou nessa segunda via de evolução) por via de suas hierarquias constituídas no Astral Superior, a qual, por sua vez, se expande em atuação de regulação, por intermédio de suas entidades militantes para o mundo físico (Deus se revela através da consciência) e para os planos do astral inferior....

Assim, temos algumas questões do porquê se questionar os nomes ao contrário dos sete Orixás ou Vibrações Originais como tendo ligações funcionais com os Exus.


1 - Esse movimento das hierarquias constituídas que formam e estruturam a Corrente Astral de Umbanda, portanto, sendo organizado de plano a plano, desde os planos do Astral superior, passando pelo plano físico e chegando até os planos do astral inferior é entendido na Raiz como um movimento expansivo;

2 - Ou seja: a Luz, a Lei Divina se expande de plano a plano, em conformidade como os mesmos, através de adaptações que se fazem necessárias para se comunicar a atuação dessa regulação Espiritual;

3 - Portanto, no conceito da Raiz de Guiné, sabendo-se que os Exus são agentes mágicos executores dos reajustes do carma e têm assim o seu campo de atuação preponderante nos planos astrais inferiores, como uma espécie de polícia desses planos, frenando ações negativas individuais e coletivas que nelas se processam, os Exus, dessa forma, se organizam também em hierarquias.

4 - A hierarquia constituída pelos Exus, A DITA COROA DA ENCRUZILHADA, leva dessa forma a Luz e a Lei da COROA DIVINA, (por via de um modos operandi estruturado para isso, a dita PARALELA PASSIVA NA LEI DE UMBANDA) para os diversos planos de existência no astral inferior, através das mais variadas funções e atribuições possíveis destinadas para esses agentes mágicos, tantas e quantas se fizerem necessárias para satisfazerem a presença e atuação do equilíbrio e da justiça nesses planos.

5 - Dessa forma, a atuação de Exu, desses agentes mágicos executores do carma, está por seu turno inserida ou circunscrita ao movimento espiritual de expansão da LUZ e da LEI, que partem da UNIDADE, se dividem “lá em cima”, no Astral Superior para “descer” através da Corrente Astral de Umbanda em Sete Vibrações Originais, por via de seus Sete Arcanjos, de seus Sete Orixás com nomes mágicos no contexto dessa expansão espiritual (Orixalá, Yemanjá, Yori, Oxossi, Xangô, Ogum, Yorimá).

6 - Essa “descida” é desse modo, assim, sucessivamente realizada de plano a plano, em adaptações (“descida” essa realizada com expansão numérica setenária) que se fazem presentes e necessárias, através da atuação de seus chefes de legião, chefes de falanges, chefes de sub-falanges, chefes de agrupamentos e integrantes de grupamentos, tendo cada um desses, nos seus status de função e operacionalidade um ou mais guardiões ou agentes mágicos, ou exus de correspondência mágica para atuação no plano físico e no astral inferior.

7 - Ou seja, a hierarquia constituída pelos Exus estabelece braços de atuação da UNIDADE, por via dos Sete Orixás no astral inferior, dentro de um movimento uno, unitário, indivisível de EXPANSÃO DA UNIDADE, para os planos afins, com veículos afins...no caso do astral inferior os veículos afins para a expansão da Unidade sabemos: são os Exus, ditos também como Exus de Lei.

 

Conclusão do porquê até o momento, na Raiz de Guiné, não aceitarmos essa questão dos nomes dos Sete Orixás ao contrário como tendo relações com os Exus:

 

Dessa forma, nas leituras que são processadas na Raiz de Guiné podemos conceber que estando os Exus por dentro e atuantes no movimento de expansão da unidade que se faz presente no astral inferior, com seus complexos laços de ligação e correspondências no plano físico é questionável conceituar os nomes do sete Orixás usados na Raiz de Guiné ao contrário, como se esses quando estabelecidos ao contrário tivessem correspondência com o que seriam os sete nomes de Exus, dentro de uma fisiologia ou modos operandi onde os sete Orixás são a expansão ou emissão e os seus nomes ao contrário revelariam por dentro da contração-remissão desses termos ligações com os sete Exus....

Ora os Exus conforme preconizado na literatura de Matta e Silva estão situados e operam dentro de um movimento de expansão relígio-científico único que chamamos de UMBANDA.

Portanto, funcionalmente falando a atuação dos Exus é muito mais EMISSIVA-EXPANSIVA, sobretudo como serventias dos Caboclos, Pretos-velhos e Crianças, sendo, por conseguinte braços de apoio e atuação dessas entidades.

 

Santa Paz

 

Tarso Bastos