57- Cérebro: o simulador biológico passivo

 Cérebro: o simulador biológico passivo

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Rio de Janeiro, 11 de abril de 2018

 

Há décadas nosso querido Chico Xavier, bem como Torres Pastorino, Edgard Armond, Matta e Silva e mais atualmente o médico norte-americano Richard Gerber e outros mais, nos trazem a interessante leitura do cérebro como um simulador biológico passivo de realidades maiores, não processadas adequadamente por nossa consciência física, as quais por seu turno, assim sendo, deflagram essencialmente as circunstâncias mais grosseiras que se desdobram perante nossos cinco sentidos, cuja ação integrada nas regiões mais superiores do córtex cerebral ainda carecem de modelos científicos ou de leituras epistêmicas mais amplas, que possam dar conta de explicar com plenitude, as complexas processualidades cognitivas que se desdobram e se exteriorizam no plano fisiológico concreto.

 

Não temos como imaginar ainda como se manifestam efetivamente os entrelaçamentos de planos ainda mais sutis do que o físico, neste mecanismo de simulação sistematizado no nosso cérebro, os quais conservam possivelmente a gênese de todo este mecanismo de simulação biológica, configurada a partir da atividade especializada do nosso sistema nervoso para nossa consciência humana integrar, contextualizar e com isso operar sobre a realidade, para a partir dela por seu lado, poder se adaptar por via de uma retroalimentação organizada por leis que ainda escapam de nosso pleno conhecimento e manejo consciente.

 

Todavia, essa organização segundo nos ensinam as obras dos autores mencionados, não é de modo algum deflagrada por forças cegas ou por algum evento espontâneo, que por si só, engendrou toda nossa ontogenia e processualidade fisiológica com seus múltiplos e complexos dispositivos de autorregulação psicossomática.

 

 

O plano mais ativo de nossa mente espiritual, que se apoia, se utiliza ou se serve de nosso cérebro físico como um veículo efetivo para externar suas ideações, segue ainda velado pelo obscurantismo do ego materializado na penumbra da forma, de modo que, por mais que se invista na elaboração de modelos científicos mais acurados, estes tão somente nos mostrarão uma realidade estática e limitada da realidade, tal como um mapa indicativo, caso não avancemos para uma real e sincera reforma íntima.

 

Ora, neste caso, no "conhece-te a ti mesmo" a partir dessa sincera e despretensiosa reforma interna que abdique de toda e qualquer visibilidade ou ostentação social, poderemos sair do mapa para entrar no território da verdade de nossa consciência, onde poderemos estar frente a frente com nós mesmos, sem vieses e sem intérpretes.

 

Santa paz

 

Tarso Bastos