Definindo "Umbanda"

DEFININDO “UMBANDA”

 

UMBANDA é a Lei Mater que regula os fenômenos das manifestações e comunicações entre os Espíritos do Mundo Astral ao Mundo da Forma. É a RELIGIÃO ORIGINAL, o próprio ELO VIVENTE revelado pelo VERBO CRIADOR que os Sacerdotes e Iniciados das antigas Escolas, em parte ocultaram e partes ensinaram, perdendo-se depois no emaranhado das ambições e perseguições, confundindo-se, em ramificações, as poucas verdades que se conservam ainda, através de vários setores, ditos espiritualistas, filosóficos e religiosos.

 

É ainda a CIENCIA MÃE, ou seja, A MAGIA GERADORA a que muitos dão o nome de Teurgia, de onde se originaram as demais, em grande adiantamento, nos tempos presentes.

 

Assim, UMBANDA é um TERMO místico, litúrgico, sagrado, vibrado, cuja origem se encontra naquele alfabeto primitivo que os próprios Bhramas desconheciam a essência (a palavra é o som articulado - transcende a própria Sonometria) mas que está dentro da própria KBALLA, (KA-BA-LA, tem como número, o 22, traduzindo KA : 20, BA = 2, e LA significa: A Potência dos 22, o mais oculto, o mais secreto),a que deram o nome de Aryano, Adâmico ou Vatan e deve ter vindo da pura Raça Vermelha, cujas letras, em conjunto, obedecendo a certas regras e posições, formam imagens reveladoras, semelhantes aos VERDADEIROS SINAIS RISCADOS, conhecidos, simbolicamente, pelo nome de PONTOS DE PEMBA.

 

Este termo Umbanda perdeu seu significado REAL nas chamadas línguas mortas, desde o citado “schisma” de Irschú, quando tudo foi ocultado. Em REALIDADE, UMBANDA significa “CONJUNTO DAS LEIS DE DEUS”.

 

Somente as raças Africanas, por intermédio de seus Sacerdotes e Iniciados, como dominadores que o foram da raça branca, GUARDARAM, MAIS OU MENOS, SUA ORIGEM E VALOR.

 

Porém, com o transcorrer dos séculos, foram dominados e seus ancestrais, que guardavam a CHAVE MESTRA desse VOCABULO-TRINO, desapareceram, deixando uma parte VELADA, e outra, ALTERADA para seus descendentes que, em maioria, só aferiam o SENTIDO MITOLÓGICO, perdendo no FETICHISMO, o pouco que lhes legado.

 

Assim, encontramos na CORRESPONDÉNCIA FONÉTICA do vocábulo MBANDA, a CORRUPTELA DA PALAVRA UMBANDA, que os africanos deturparam da SONANCIA ORIGINAL que, por sua vez, foi novamente corrigida pelos próprios ORIXAS mais elevados, que militam num plano evoluído da Lei de Umbanda.

 

E a conclusão axiomática desta assertiva está no fato de que os próprios Espíritos dizem Umbanda e não mbanda.

 

Como apoio a essa conclusão, vamos provar, começando pelo estudo do Prof. Heli Chatelain (Folk tales of Angola), que dentro da raça negra se conserva ainda, como dissemos, algo do sentido original.

 

Diz ele: “Umbanda is derived from ki-mbanda, by prefix U, as u-ngana is  from n'gana. (A) Umbanda is: the faculty, science, art, office, business: a) of healing by means of natural medicine (remedies) ou supem-atural medicine (charms); b) of divining the unknow by consulting the Shades of deseased, or the genii, demons, who are spirits neither human nor divine; c) of inducing these human and not human spirits to influence men and nature for human weal or woe. (B) The forces at works in healing, divining and in the influence of spirits. C) The objects (charms) Which are supposed to establish and determine the connection between the spirits «and the physical world.”

 

Traduzindo (O autor pede vênia ao Com. Cícero Santos, para usar a tradução do seu excelente trabalho, publicado no “O Caminho” de Março-Abril-Maio de 1955, pela afinidade de idéias e ainda, quando diz “trabalhemos juntos para reconduzir a religião dos nossos remotissimos antepassados, ao pedestal de onde foi tão sacrilegamente apeada): Umbanda, deriva-se de Ki-mbanda pela aposição do prefixo “U”, como u-ngana vem de ngana. (A) A Umbanda é a faculdade, ciência, arte, profissão, ofício de: a) curar por meio de medicina natural (plantas, raízes, folhas, frutos) ou da medicina sobrenatural (sortilégios, encantamentos); b) adivinhando o desconhecido pela consulta às almas dos mortos ou aos gênios ou demônios, que são espíritos, nem humanos nem divinos; c) induzindo estes. espíritos, humanos ou não, a influir sobre os homens e sobre a natureza, de maneira benéfica ou maléfica. (B) As forças, agindo na cura, adivinhação e na influência dos espíritos. (C) Finalmente, Umbanda e o conjunto de sortilégios que estabelecem e determinam a ligação entre espíritos e o mundo físico.”

 

Verifica-se, então, que o ilustre Prof. e Etnólogo Heli Chatelain encontrou no idioma Bantu o termo Ki-mbanda significando Sacerdote, curandeiro, adivinho, invocador de espíritos, ou seja, um homem que tinha conhecimentos, inclusive de magia, etc., e averiguou que o radical (ou parte inflexível) desta palavra, era MBANDA e o prefixo, “K”. Por associação de idéias, “assim como u-ngana vem de ngana”, diz ele, deu o prefixo “U” à “MBANDA”, e achou parte da verdade nos significados da palavra que traduzimos acima.

 

Esqueceu-se, porém, de uma coisa: é que sendo KIMBANDA, o nome que designa o Sacerdote Bantu e sendo esse o que usava conhecimentos, ritos, artes de curar, invocações, etc., é porque tudo isso traduzia um princípio religioso, é lógico, portanto, que tinha uma Religião. E, como verificamos que o citado Professor deu Umbanda como sendo um conjunto de atributos, muitos até transcendentais, lógico, mais uma vez, é que Ki-mbanda é que se originou de Umbanda.

 

É interessante notar que essa é uma das fontes que robustecem os conceitos do Sr. Arthur Ramos, cujos livros servem de protótipo aos “escritores” do assunto, inclusive ilustrado kardecista que chegou até a expor a “Umbanda em Julgamento”. . . e fazer ironias, à francesa, esquecendo que seu mestre, Allan Kardec, repôs algumas verdades por intermédio dos próprios espíritos.

 

Assim, devemos reconhecer que o Sr. Chatelain procurou a origem da palavra Umbanda nesse sistema africano que é relativamente moderno, porquanto a original palavra remonta a épocas pré-históricas, das quais apenas civilizações, com um tradicionalismo bastante acentuado, conseguiram através de herança familiar, fazer chegar até nós.

 

Por uma ordem natural de evolução filológica, mesmo quando essa evolução não é constituída por uma gramática formada, e perfeitamente natural e indiscutível, que a transformação dos costumes e de raças, através de gerações, influa, de maneira direta, na. sonância, interpretação e mesmo transformação de qualquer vocábulo. A história filológica outra coisa não é, senão,. a história da transformação desses mesmos vocábulos.

 

Sendo MBANDA considerada como o vértice religioso africano pelo Sr. H. Chatelain, descobrimos facilmente, que com a anteposição do simples prefixo “U”, transformou-se completamente o significado da palavra, ou seja, de um substantivo puramente personalista e individual (sacerdote-feiticeiro), passou a ser um substantivo absoluto e eclético (faculdade, ciência, arte, ofício, etc.).

 

Cremos que não se faz necessário entrar em maiores dissertações para descobrir, claramente, que existe certa ingenuidade na asserção “daqueles” que querem ensinar Umbanda como representando feiticeiro ou sacerdote, ingenuidade essa que se pode traduzir até p0r precipitação.

 

Assim sendo, passamos a expor a causa original, básica, científica, histórica, transcendental e, até o presente, INDISCUTÍVEL, dentro de uma ciência que se prova por si mesma (a matemática e a geometria), a ORIGEM REAL E VERDADEIRA do termo UMBANDA.

 

Não nos apegamos a “coisas” que vimos superficialmente, sabendo, de antemão, que “errare humanum est” e, portanto, incapazes de nos fornecerem a luz singela da verdade que procuramos. Nossas bases, como já dissemos, são fundamentadas na gênese dos tempos, no vértice fundamental, na origem ÚNICA das coisas.

 

Todos os termos mencionados pelos autores citados e outros, são termos adquiridos “in loco”, assim como os prefixos que os “deformam” são consequências locais e não comuns a um termo universal.

 

Não podemos jamais afirmar que o francês deriva do alemão, ou o chinês do português, mas, se pretendermos encontrar um significado absoluto universal, não nos resta outro recurso senão o de beber em fonte comum e base a todas as línguas e dialetos existentes, o alfabeto dito Ariano que originou o Adâmico ou Vatan.

 

Porém, sendo ele básico, não deixou de sair de sua fonte original. Ele foi derivado de outro conjunto de signos ou sinais, ainda mais primitivos e mais profundamente esotéricos. Deixamos que o tempo corresse e essa obra fosse sendo assimilada (como foi), e em 1967, lançamos nossa sentenciada obra “Doutrina Secreta da Umbanda”, onde reproduzimos, relacionamos e comprovamos que foi realmente, da “Escrita pré-histórica do Brasil” uma escrita raiz - que ele derivou.

 

NOTA: Esse alfabeto adâmico é, não resta dúvida, um alfabeto primitivo, porém, já trabalhado, isto é, fonetizado.

 

FONTE: LIVRO UMBANDA DE TODOS NÓS (A LEI REVELADA), 6º EDIÇÃO - W. W. DA MATTA E SILVA

LIVRARIA FREITAS BASTOS S. A.