Os ciclos

Em sua edição de outubro de 1954, o JORNAL DE UMBANDA, publicava o quarto artigo de W. W. da Matta e Silva. Neste artigo ele passa assinar como W. Wilson da Matta e Silva.

 

Antes de transcrevermos o artigo, devido a vários e-mails que recebemos, consideramos necessários alguns esclarecimentos a respeito de graus e ciclos, para que o leitor possa ter um entendimento mais claro desta parte do texto, contida no penúltimo parágrafo:

 

"outrossim as “mirongas” da LEI DE PEMBA, da RAIZ em diante são transmitidas a Iniciados de 2º grau, até o marco POSITIVOS; E QUANTO AOS NEGATIVOS SOMENTE AOS DE PRIMEIRO GRAU...”

 

Matta e Silva na época da formação da “escola” Umbanda Esotérica, fazia a seguinte classificação: Iniciados de 3º Grau (aqueles que recebiam o Batismo e fundamentos simples sobre pemba, flecha e chave e outros ensinamentos); Iniciados de 2º Grau (aqueles que eram consagrados dentro da Lei e recebiam ensinamentos sobre Lei de Pemba, flecha, chave, raiz e outros ensinamentos) e Iniciados de 1º Grau (aqueles que eram coroados ou recebiam a preparação final, e recebiam os ensinamentos da Lei de pemba relativo aos planos opostos, ou seja, sobre a Quimbanda).

 

Com o passar do tempo, mestre Matta fez algumas modificações, passou a dividir os graus de acordo com os conhecimentos adquiridos, ou seja, o médium ia recebendo graus conforme avançava em seus estudos. Iniciava no primeiro, passando ao segundo, onde recebia toques nos chacras, conforme seus graus. Ao chegar no terceiro grau, o mesmo recebia o Batismo de Lei. Após, vinha o quarto grau que era o preparatório para os graus chamados superiores. Quando chegava no quinto grau, o mesmo era consagrado mestre de iniciação, podendo iniciar outros médiuns até o seu grau (quinto grau). Após, alcançava o sexto grau e, conforme o desenvolvimento do médium, bem como, seu carma, ele chegava finalmente ao sétimo grau, aonde era coroado e considerado mestre e médium magista, ou seja veículo de uma Entidade magista no Astral, e não ele, assim foi com a maioria do coroados por Matta e Silva.

Obs: Somente 2 receberam, por junções de seus carmas, o Grau de Magista e o 2º ciclo e um que tinha em seu Carma essa condições, o Matta avisou que o Astral, faria essa graduação, confomre os meritos dele em seu caminhar como Médium. 

Obs: aqueles que eram oriundos de outros Estados do Brasil, ele não fazia por graus, fazia preparações especias, dando condições do Médium a dirigirem e de preparar seus Médiuns, no casos esses seguiam a antiga escola, Batismo, Consagração e Coroação, ou consagração de Coroação.

Sobre os ciclos, Matta e Silva usava a ordem decrescente dos graus, indo do 3º ao 1º e segundo Mestre Mário Tomar, Matta e Silva era de 2º ciclo e todos aqueles que foram coroados  por ele, eram e são de 3º ciclo, por isso os Mestres antigos somente as vezes denominam o grau ou a coroação, não falando em ciclo. Salientou também que na atualidade o Astral não enviou outro Mestre de 2° ciclo, muito menos de 1º ciclo.

No Livro doutrina Secreta, matta e Silva faz esse registro nas páginas 39/40:

"Umbanda e, também, no Brasil, a única Corrente que está encarregada de promover a restauração dos “mistérios maiores” ou seja, da verdadeira Tradição ou Kabala que é mesmo “a tradição do saber", legada aos magos, taumaturgos e Iniciados da antiguidade.

Talvez não o seja por nós, ou melhor, talvez não nos caiba o resto da tarefa, porém, outros surgirão e com muito mais luzes do que as nossas, pois somos de um grau de iniciação médio e não superior. . . Mas estamos satisfeitos, visto
já. nos considerarmos realizado nessa parte."

 

Assim seguia a escola de Matta e Silva, a parti da década de 50.

 

Abaixo, transcrevemos o artigo do jornal:

 

 

 “A LEI DENTRO DA UMBANDA”

 

Por W. WILSON DA MATTA E SILVA

(Da Tenda Umbandista-Oriental)

 

 IRMAÕ-MÉDIUM, não importa que sejas Ogan “Babá” ou UM qualquer entre os milhares que trabalham por essas centenas de Tendas e Cabanas... QUER tuas convicções, conhecimentos ou “mirongas” estejam encasteladas nos “cascões” da vaidade, QUER sejas UM bem-intencionado, ingênuo ou não, mas tenhas de fato e de direito um dom a zelar e estás no momento na dependência de um desses “barões” que “nada” ensinam, mas “tudo” sabem e vivem salpicando a Umbanda com Lendas ridículas, originárias desses setores, onde a presença das Entidades da Lei constam apenas... em suas Mitologias; é a TI MESMO que cabe essa advertência: PARAI, SE NÃO ESTIVERES CAPACITADO, com esses “riscar” de pembas, a “torto e a direito”, sem saberes que quanto mais assim o fizeres, estarás sendo por tua própria mão ENLINHANDO, fixando pela vibração dos negativos daqueles a quem queres beneficiar, as mazelas que entrarão em choque, pelas simples correntes mentais que se formarão entre TU e ELES, deixando no menor dos efeitos “larvas” famintas que, penetrando em tua AURA sugarão os “fluidos-alimento” que lhes são necessários para viverem e te combaterem, surgindo daí, os transtornos tão comuns em inúmeros dos que “quiseram” ser médiuns, sem o “serem”, com as mais variadas psicoses, isto sem falar, nos “outros efeitos” oriundos da chamada Quimbanda (magia negra) que “estouram” na “combuca de quem não podia botar a mão”...

 

 Saibam ainda que “pontos” riscados, em seu significado VERDADEIRO não são em absoluto, esses desenhos simbólicos, de espadinhas bem feitas, de setinha de inspetoria, todas iguaizinhas para qualquer “linha” e ainda, sóis radiosos e luas com “cara” de tristeza, com os quais se ridicularizam, não os Mestres espirituais da nossa Umbanda, mas a desses “mediunismo” cujos mentores de curso primário dão aulas de “esboços lineares”, sem terem a consciência que os fariam “bem pesar” a responsabilidade do que seja “preparar” médiuns, que não concebem ainda os perigos de um “terra-a-terra” ou o do imiscuir-se nos EFEITOS DO KARMANA POR SUAS “PARALELAS” QUANDO NA AÇÃO DE UMA COBRANÇA ATIVA...

 

 Saibam então, a pemba na magia é uma das maiores “armas” da Umbanda, não pelo objeto em si, mas pela FORÇA dos seus SINAIS, que como alfanje de dois gumes, corta para bem e para mal. “Pontos” riscados são ORDENS “escritas” de UM A VÁRIOS setores, com a identidade de quem pode e está “ORDENADO” para isso... setor algum da Quimbanda, pode desobedecer às diretrizes encaminhadas por esse veículo.

 

 Pelo “ponto” de Pemba é que os “Orixás” se identificam por completo, PRINCIPALMENTE no médium CONSCIENTE, pois seu subconsciente nesses “fundamentos” não INTERFERE, simplesmente porque ele (médium) não conhece o seu valor e ainda PORQUE o significado integral dos “pontos” em seu TODO, só podem ser revelados a INICIADOS de primeiro graus, porque a Lei de Pemba é uma lei de Umbanda tão importante que os “orixás” (observem como para quase tudo eles usam-na) se qualificam por ela com um “ponto” no qual eles caracterizam três fundamentos, que se completam formando um TODO SEU. Exemplifiquemos pela sua Chave SIMPLES: PRIMEIRO – traça um sinal, a que dão o nome de FLECHA, que mostra de qual BANDA ele é; SEGUNDO – junta ao primeiro um outro que se diz CHAVE que identifica sua “LINHA”; TERCEIRO – feito os dois primeiros o “orixá”, se julga necessário, completa-os com terceiro, conhecido como RAIZ que qualifica a SI MESMO, isto é: se é chefe de “linha”, falange ou pertencendo a essa última e ainda, com outros SINAIS, ELE FORMA UM CONJUNTO CONFORME O CASO E FAZ SURGIR UM PONTO EM SUA TOTALIDADE PARA DETERMINADO FIM; outrossim as “mirongas” da LEI DE PEMBA, da RAIZ em diante são transmitidas a Iniciados de 2º grau, até o marco POSITIVOS; E QUANTO AOS NEGATIVOS SOMENTE AOS DE PRIMEIRO GRAU...

 

 Assim sendo, atenção irmãozinhos-médiuns de FÉ e de coração... ATENÇÃO, senhores “doutos” em Umbanda, eis aí a “pontinha” do VÉU que por enquanto foi permitido levantar... “entender” e concordar, está em relação ao evolutivo de cada um, POIS APENAS o autor dessa série de artigos visa que, por aqui ou por ali, algumas “sementes” hão de encontrar “campos mentais”, que as queiram receber e plantar, esperando assim no futuro, os frutos, que por enquanto estão apenas nos “espinhos” de sua missão.

 

N. A. Para esclarecer ligeiras confusões ainda existentes com o sobrenome de ilustre Confrade, acrescento mais um nome próprio, e declaro que da série desses artigos, os intitulados – “Algo sobre Umbanda”, “Preparo do Médium Consciente e Inconsciente” e “Vozes sobre Umbanda” são do mesmo autor deste.”

 

 

 

Pesquisa: Rogério Corrêa (TUO-CPB-RJ)

 

Fonte: http://bndigital.bn.br/hemoroteca-digital/